Há um tempo, nas nossas vidas, em que ao pensar nas coisas adquiridas (não materiais!), sentimo-nos realizados e cheios de confiança ao conseguir visualizar os nossos feitos, as nossas conquistas, o quanto evoluímos, numa aprendizagem em diversos campos que começou por acontecer duma forma exponencial e que talvez a certa altura passou só a sê-lo de uma forma linear. Desde que prossigamos o nosso caminho, com a abertura de chegar sempre mais além, não importa o como evoluímos e amadurecemos, os tempos são os de cada um.
Pior é, quando neste exercício ficamos cientes de que já atingimos um patamar tão alto, e como tal, aí permanecemos, contemplando o quanto crescemos, convencidos de que onde chegamos, é uma meta em si. E ao fazê-lo estagnamos e quebramos a dinâmica de um processo. Pensamos que estamos no topo, cheios de nós mesmos, quando na verdade, quando isso acontece, esvaziamo-nos não daquilo que somos, mas do que ainda podemos ser.
O nosso percurso tem altos e baixos, com certeza, mas se não tivermos o propósito de ir sempre mais além, abrindo-nos para os outros e com eles partilhar o que alcançamos, permitindo que esses também mais alcancem, bebendo nós deles as suas experiências que assim nos permitem continuar a maturar, corremos o risco de nos tornarmos amorfos, sem esperança, sem amor, perdendo o rumo e a missão para a qual fomos designados: dar a nossa vida.