CVX; Canónigos
Gonçalo de Lagos (reunião 12/04/2011)
… S. Gonçalo[i] nasceu em 1360, na cidade algarvia de Lagos, segundo a tradição, numa casa situada junto das Portas do Mar, precisamente no local onde hoje, e de há séculos, se encontra o seu nicho e imagem, que a gente lacobrigense tanto venera.
… No decorrer de uma visita de dias – ou meses – a Lisboa, decidiu entrar no Convento dos “gracianos”[ii]. A data deste acontecimento tem sido objecto de controvérsia, pensando-se que S. Gonçalo teria entre 20 ou 21 anos (estamos portanto em 1380).
… foi um dos indicados para ingressar nos estudos universitários. Saiu-se tão brilhantemente que logo os mestres o convidaram para se formar em doutor de Teologia e integrar-se no corpo docente. Os seus conceituados livros, os seus primorosos trabalhos de iluminura e as suas inspiradas composições musicais são a confirmação das suas virtualidades intelectuais e artísticas.
… Todavia Gonçalo não se entusiasmou pela ideia e nunca chegou a receber quaisquer graus académicos. A sua humildade e vocação apontavam-lhe outros caminhos e outros trabalhos. Ordenou-se sacerdote para se dedicar exclusivamente ao ministério da palavra e à prática da caridade. Apenas cinco anos depois de haver professado, começou a governar/priorar:
Lourinhã: pelos anos do Senhor de 1394 e nos dois anos seguintes.
Lisboa: Convento Nossa Senhora da Graça de Lisboa[iii], da qual, em algumas escrituras, se acha Prelado, no ano de 1404.
Santarém[iv]: pelos de anos de Cristo, nosso Redentor, de 1408, que eram 32 depois da sua fundação.
Torres Vedras: A quarta e última Casa, onde morreu santamente, aos 15 de Outubro do ano de 1422, havendo largos dez anos que era Prior dela, que são 156 desde a sua primeira fundação.
“Era notável o modo com que, sendo Prelado, se havia no governo dos Conventos. Porque, lembrando-se do que Cristo nosso Redentor dissera a seus discípulos, que não viera ao mundo, sendo Senhor e Rei dele, a ser servido, senão a servir, todos os ofícios baixos e humildes do Convento fazia por si, sendo muitas vezes cozinheiro e porteiro e sempre enfermeiro, pela grande caridade que tinha com os doentes e compaixão das suas enfermidades.”
“E porque os Convento de Lourinhã e Torres Vedras eram muito pobres e viviam de esmolas, e padeciam às vezes, por isso, muitas necessidades, ele, por si mesmo, procurava remediá-las tomando os alforges às costas e pedindo nas terras em que estava e nos lugares vizinhos.”
… Mas, não há dúvida que a sua maior e contínua actividade andou à volta daquilo que nunca dispensou: a Catequese e a Pregação[v] que foi a sua especial vocação e a sua quase única ocupação nos últimos anos da sua vida terrena.
“Ao final da tarde, à porta do Convento, esperava os trabalhadores para lhes ensinar a Doutrina e lhes dar conselhos.
Às crianças ensinava, dando-lhes pão, fruta e textos de Santos que ele próprio copiava.”
… Milagres e amigo dos pescadores:
“No ano de 1437, que são 15 depois da sua morte gloriosa, aconteceu que certos homens do Reino do Algarve, naturais de Lagos, pátria do mesmo Santo, se embarcaram para Lisboa em uma caravela, entre os quais ia um sobrinho do mesmo servo de Deus, filho de um irmão.
“Engolfados no mar, levantou-se uma tempestade tão severa que deu com a embarcação à costa, e a fez em pedaços, com a morte de todos os que nela iam, tirando dois que puderam lançar mão, ambos, de uma tábua. Mas, como o ímpeto das ondas os levasse, muitas vezes, aos penedos da praia, lastimavam-se gravissimamente. Pelo que, vindo a faltar as forças a um deles, lhe fugiu a tábua e se afogou.
“Ficou o outro a quem também as forças iam falecendo. E este era o sobrinho do Santo; e, vendo-se ir pelo caminho dos seus companheiros, posto em tamanha angústia, começou a chamar por Deus e por São Gonçalo, dizendo: Tio Santo, Tio Santo, salvai-me!
“Eis que neste ponto viu na praia um frade agostinho que o animava e lhe dizia que não temesse. Entrou então o frade pelo mar sobre as ondas e tomando-o pela mão, o tirou à praia, e Lhe disse: Eu sou o tio por quem chamaste. Ide-vos curar até que cobreis forças para poder caminhar. E já que em vida me não visitastes, fazei-o agora. Ide ao Mosteiro de Santo Agostinho, de Torres Vedras, onde o meu corpo está sepultado, e fazei aí oração e recebereis aí saúde perfeita das chagas e feridas que neste naufrágio recebestes.
”Fê-lo assim o mancebo e dormindo aquela primeira noite ao pé da sepultura, acordou, pela manhã, de todo tão sem dor, ou sinal algum das feridas que recebera.
“Do que e da repentina cura das feridas se fez um público instrumento autêntico em dois originais, um dos quais se lançou no arquivo daquele convento, e o outro que se levou ao Algarve para glória de Deus e maior veneração do seu servo” O conhecimento do milagre a favor do seu sobrinho avivou consideravelmente a devoção dos marinheiros a São Gonçalo, que passaram a invocá-lo e a colocar-se sob a sua protecção, a ponto de os pescadores de Lagos tomarem a São Gonçalo por seu Padroeiro e Patrono[vi]; e, por isso, anos depois, muitas imagens de São Gonçalo passaram a ser representadas com uma pequena caravela suspensa de uma das mãos ou com um crucifixo na mão esquerda e um livro na direita em frente do mar, ao qual parece lançar a bênção; sobre as águas, um barco que se assemelha a uma nau com o seu aparelho alto, mas com as velas recolhidas, servindo de fundo, em terra, uma espécie de capela, ao gosto do século XVIII.
… “Acredita-se que Frei Gonçalo voltou a aparecer, pelo menos mais uma vez, aos seus patrícios navegantes sobre as águas do mar, no ano de 1489, quando a tripulação de uma caravela lacobrigense, quase a naufragar, pediu a protecção e o auxílio do servo de Deus; este apareceu-lhes e, depois de recomendar aos marinheiros aflitos que invocassem o patrocínio de Nossa Senhora da Graça, aplacou a tormenta, de sorte que uma grande bonança se seguiu.
Foram estes e outros casos semelhantes, e ainda o facto de São Gonçalo pertencer a uma família de pescadores, que propagaram com certeza o seu culto entre os marinheiros e gente do mar, sobretudo na região do Algarve.
… Chegou a Padroeiro pela “mão” de D. João II, que Inteirado dos milagres que se multiplicavam em Torres Vedras por intercessão de S. Gonçalo de Lagos, escreveu à Câmara da dita Vila uma cartam datada de 26 de Setembro de 1495, em que fazia o elogio de S. Gonçalo e felicitava entusiasticamente o povo torreense por ter visto florescer no seu seio tão altas virtudes e operar tais maravilhas. Em consequência desta carta, a Câmara de Torres Vedras proclamou, a 13 de Outubro do mesmo ano, São Gonçalo de Lagos “Defensor e Padroeiro da Vila e seu Termo”.
Poucos anos depois, a Câmara de Lagos, talvez igualmente por sugestão ou determinação do mesmo D. João II, que à mesma Câmara apresentara também felicitações, mas desta vez por ter sido aquela Vila berço de um filho que tanto a enobrecia, mandara a Torres Vedras dois Senadores Municipais para obterem ali uma relíquia. Esta relíquia foi recebida em Lagos com grandes festas pelo bispo do Algarve, D. Fernando Coutinho. E naquele mesmo ano da chegada da relíquia à terra natal, possivelmente até durante as próprias solenidades da sua festiva recepção, segundo declarou o Senado da Câmara alguns séculos depois, foi declarado que “a Nobreza e o Povo de Lagos juraram São Gonçalo por seu Padroeiro e Protector”.
… Foi declarado Beato em 1778 pelo Papa Pio VII. Nunca foi canonizado, mas a Igreja permite o uso do apelativo “São Gonçalo” a nível local.
… A 27 de Outubro celebra-se a Memória facultativa do Beato Gonçalo de Lagos, obrigatória na Diocese do Algarve e no Patriarcado de Lisboa.
TPC
Através de S. Gonçalo, a proposta para estes 15 dias – que coincidem com a caminhada final para a Páscoa – é:
– Reler a história e o texto da Dedicação Pastoral de S. Gonçalo. Deste último texto, definir um “modo” próprio e concreto |o “meu” jeito| de contemplação a exercer diariamente (“pôr-se todos os dias de serviço, desde acabado de cantar Completas, no Coro, antes do sol posto, até uma hora da noite, assentado à porta da Igreja do Mosteiro velho”)
– No “teu” jeito encontrado: deixa-te mergulhar na cena do milagre e consciencializa-te do que verdadeiramente afoga a tua vida, o que te deixa fugir a tábua e que não te permite ver a Deus como essa própria tábua que salva, dá vida, sustenta, segura .. é Vida. Leva o resultado desta oração à Cruz. O que experimentei?
… Dedicação pastoral
“Ardia (o Santo) em tão vivas chamas de amor de seu Senhor, em que cada vez mais razões achava para O amar, que lhe dava grande pena que não caíam todos os homens na clareza delas, nem empregavam todo o seu amor, como lhes merecia. E daqui lhe resultava na alma um ardentíssimo desejo de O ver amado e servido de todos. “
“E considerando consigo como poderia fazer isto com mais proveito e mais pessoas, inventou uma maneira de pregação ao povo de Torres Vedras, onde estava por Prior, tanto mais proveitosa quanto era mais contínua e mais familiar aos que dela tinham necessidade. A qual era pôr-se todos os dias de serviço, desde acabado de cantar Completas, no Coro, antes do sol posto, até uma hora da noite, assentado à porta da Igreja do Mosteiro velho, que estava na estrada mais corrente da serventia da Vila, e por onde passavam todos os trabalhadores que vinham dos seus serviços e ocupações, ou que por outra ocasião, se vinham recolher ao lugar, e ali chamava aos que passavam e os admoestava com grande afecto e caridade. “
”E por esta razão, se ajuntavam tantos, cada dia, a ouvir sua doutrina que ficava sendo um grande concurso de gente e a pregação muito proveitosa, e com isto trazia todo aquele povo, em especial a gente de serviço e plebeia. Ali o achavam sempre àquela hora os aflitos e atribulados para os consolar; os necessitados e pobres para lhes acudir em suas necessidades, porque a todos remediava como podia. “
“Deste ardente desejo que tinha da salvação das almas lhe nascia também andar ajuntando os meninos pelas ruas, para lhes ensinar a doutrina cristã. E, como os tinha juntos, fazia-lhes a todos outra muito devota pregação, acomodada às suas idades; e depois lhes fazia dizer a doutrina cristã. E, como para aquela idade pueril, todas as coisas de siso são desgostosas, para que não fugissem dele, trazia sempre as mangas cheias de pedaços de pão e de fruta, de verónicas, contas e registos de Santos, que ele mesmo, como grande escrivão que era, de livros, debuxava e iluminava para este fim. “
“Com estas e outras prendas, que os meninos estimavam, os atraía a si, de maneira que lhe eram todos tão familiares que o não viam na rua, sem que se fossem logo a ele a apalpar-lhe as mangas, a ver o que lhes trazia. E, muitas vezes, se ajuntavam a brincar com ele, como se fosse outro da sua idade. O que tudo consentia o servo de Deus com grande alegria, sofrendo todas essas meninices aos meninos, guardando a doutrina do Apóstolo que diz de si que todas as coisas se fazia com todos para que assim aproveitasse a todos”
É o actual princípio da “encarnação” ou “inculturação” pastoral, já praticado primorosamente – como acabámos de ver – por São Gonçalo de Lagos. Não há verdadeira evangelização sem autêntica encarnação.
[i] Posteriormente tomaria o sobrenome de Lagos, por ser esse o costume da época entre os frades, como por exemplo, Santo António de Lisboa.
[ii] nome vulgarmente dado, naquele tempo, aos frades da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho que viviam no Convento de Nossa Senhora da Graça
[iii] Aqui, quando do seu mandato de Prior, restaurou todo o rigorismo da Regra de Santo Agostinho, em cujo cumprimento parece que os eremitas lisboetas se haviam relaxado um pouco.
[iv] Em seu tempo, se acabou de aperfeiçoar o edifício deste Convento com os rendimentos da nova herdade da Ocharia, de que o Santo Prior tomou posse no ano seguinte de 1409. Foi ele também que iniciou as grandes obras de acabamento e aperfeiçoamento do edifício do Mosteiro que fariam dele uma das maiores e mais belas casas portuguesas da Ordem. De tal maneira que, quatro anos depois, quando, findo ali o priorado, Frei Gonçalo se retirou para Torres Vedras, o Convento de Santarém tinha prosperado ao ponto de ser considerado um dos mais ricos da sua Ordem em Portugal, e, ao mesmo tempo, aquele em que a Regra tinha mais rigorosa observância.
[v] Conserva-se a maneira clássica de escrever as coisas no século XVII, que nos traz o gosto do ingénuo e original.
[vi] da sua Corporação (a Confraria do Corpo Santo)
Textos de Frei António da Purificação e P. Hipólito Martínez, OSA
10 anos de CVX – Caminhada dos Canónigos
2010 é um ano que marca a já longa caminhada deste grupo na espiritualidade Inaciana e, por isso, os Canónigos decidiram juntar todos os membros que estão, ou estiveram, para uma celebração de 10 anos de história participada por cada um. Num ambiente descontraído e de convívio, dia 24 de Outubro de 2010, iniciámos este encontro à luz de Deus com a celebração da eucaristia pelo nosso magnânimo guia, passando por cânticos que acompanharam a historia da igreja (desde o latim, grego ao português), pela oração dos fieis espontânea por cada um dos presentes até à comunhão por todos partilhada (ao jeito de discípulos). Rezámos pelos presentes, pelos que não puderam mesmo estar connosco e por todos os que permitiram que este grupo caminhasse ao longo deste tempo, rostos por vezes invisíveis mas essenciais. Na acção de graças fomos presenteados com um CD onde consta a compilação de todo o possível material recolhido – ano após ano – desde 2000. Cada um de nós deu de si, ao seu jeito, e tudo se fundiu tendo como resultado tornado este dia num marco memorável da “nossa história”. Durante o jantar partilhado, com tantos toques especiais de cada um, relembrámos com grande carinho, amizade e alegria tantos e tão bons momentos.
Um obrigado muito especial à Joana Correia (e Carolina) que nos sensibilizou a todos pela sua disponibilidade fazendo a viagem desde (e para) Coimbra, à Mónica que animou a celebração com a sua viola, ao Alexandre carinhosamente apelidado das “procissões (parabéns pelo 2º!) e à Joana Montez pelo seu exemplo de partilha.
Como nunca tive jeito para grandes escritas, espero que complementem este post com os vossos comentários ….
Memória descritiva Percurso Canónigo
Por Mariana Manaia (e contributos dos restantes elementos)
Ano 2000/2001
Animador: Margarida/Pedro Appleton
Jantar de Reis: Pais Mariana/Mapa Astral
Foi o ano da fundação que começou a ser rezada em Taizé pela Rita e Zé-Maria, Jaime e Susana. A CVX era apenas pensamento, quando a Sandra, Paulo e eu aderimos a este projecto embrionário.
Taizé e a Paróquia de Carcavelos (por onde todos, excepto o Jaime, tínhamos passado ou participavamos activamente como Catequistas na época) eram os elos comuns que juntaram este grupo. Creio que apenas um pouco mais tarde se juntou a nós o Alexandre (pela via Carcavelos), o Luís (através da Susana) e a Leonor (através do Jaime).
Passámos por uma fase mais ou menos experimental, quando ainda não tínhamos a benção da Equipa Regional e consequentemente Animador e/ou Guia.
Alguns de nós tínhamos luzes do ritmo dos EE e ainda tivémos pelo menos uma reunião muito engraçada em casa da Rita e Zé-Maria em S. Pedro em que essencialmento nos apresentamos mutuamentente e às nossas caminhadas Cristãs e falámos das nossas expectativas para a CVX. Discutíamos se estaríamos a fazer o que estava certo e se estavamos ser fieis ao ritmo Inaciano…
Para além de termos uma existência ainda clandestina e de não termos Animador, também nos preocupava a falta de Guia. Felizmente a Susana (via CUPAV) e a Rita (via Carmelo) conheciam o Padre Carlos e achavam-no indicadíssimo, pelo que articulámos várias estratégias de modo procurar cativar este Guia para a nossa CVX. A Rita e a Susana acabaram por fazer literalmente uma espera ao Padre Carlos no final da Missa do Cupav, então celebrada naquela Capela do Campo Pequeno que ficava quase em frente à casa onde moravam os Appleton nessa altura.
Quando os contactos com a Regional produziram frutos, houve uma apresentação do movimento a alguns (ou todos? eu estava de férias e não fui) elementos da CVX. Não sei se imediatamente ou pouco depois tivemos a sorte de terem sido designados os Appleton para assegurar a nossa animação, o Padre Carlos aceitou ser o nosso Guia e começámos a nossa caminhada…
Foi a nossa primeira experiência com os EE, que fomos percorrendo do Princípio e Fundamento às meditações próprias das várias semanas.
Neste primeiro ano, não tínhamos nome e éramos conhecidos apenas por CVX Carcavelos.
Para além dos Appleton a braços com uma Família em crescimento, só a Rita e Zé Maria eram recém casados.
Não me recordo de termos participado em encontros da CVX Regional e/ou Nacional, excepto a Missa de Natal que foi nesse ano animada pela CVX Arca de Noé, ou seja a da Margarida e Pedro.
No primeiro Jantar de Reis, em casa dos meus Pais, tínhamos a tarefa de, em homenagem aos Magos do Oriente, elaborar uma Carta Astral para o elemento que nos calhasse em sorte. Esta foi evidentemente uma ideia do nosso Guia e veio a tornar-se uma tradição.
O Passeio tipo NATES, aconteceu estava a Rita grávida do Zé-Maria, e teve direito a Missa Campal e não esqueço que na altura da Consagração avistou-se no céu uma Ave (verdadeiramente) Rara, motivo que originou um intervalo na Eucarístia para travarmos conhecimento com aquela obra da criação…
Ano 2001/2002
Animador: Mariana
Jantar de Reis:
Com uma Família em franca expansão, os Appleton deixaram de poder assegurar a presença e passaram-me o testemunho.
Deste ano não consegui recuperar os TPC’s, mas foram sobretudo arquitectados pelo Padre Carlos que com grande generosidade e paciência nos Guiou com a habitual sabedoria e criatividade.
Não me recordo de nesta fase termos Tema, e creio que neste ano consolidámos o ritmo dos EE adequando-as ao ritmo de Advento/Quaresma/Páscoa.
Tivemos pelo menos um momento de encontro extra reunião que foi um passeio e pic-nic para os lados de Sesimbra, com direito a uso de impermeáveis (a chuva também quis marcar presença).
Foi o ano do Cinquentenário do nosso Guia, com uma festa no CUPAV e a produção de um livro em que cada pessoa ou Grupo produzia uma página. Não quizémos ficar fora deste acontecimento e para além das páginas que individualmente foram produzidas, graças aos dotes artísticos da Leonor participámos com uma bonita Aguarela, em que cada elemento aparecia retratado e com direito a balão da BD saudava o aniversariante ao seu jeito.
Creio que na Via Sacra da CVX Regional participámos e lemos uma das meditações que foram distribuídas pelas várias comunidades.
Não me recordo do Jantar de Reis, tenho ideia que falhámos um mas não garanto.
Ano 2002/2003
Animador: Mariana
Jantar de Reis: Casa da Costa da Sandra/Paulo: Passagem de Modelos
Neste ano e por sugestão do Padre Carlos, houve um percurso temático pela primeira vez e durante todo o ano rezámos os Sacramentos.
Detalhámos os seus vários elementos, símbolos, efeitos e intervenientes e à maneira de Santo Inácio percorremos o seu sentido na nossa vida.
Outra novidade introduzida foi o facto de cada TPC sugerir uma actividade concreta, como trazer uma foto do Baptismo, Crisma, falar dos nossos Padrinhos ou da nossa experiência de Padrinho/Madrinha.
Foi no Jantar de Reis em casa da Sandra e Paulo, que resolvemos finalmente o nosso problema de identidade e deixámos de ser a CVX Carcavelos para ser a CVX dos Canónigos!
Foi à volta da mesa e das iguarias que a Sandra e Paulo nos ofereceram, que não obstante o Padre Carlos ter feito “Campanha” na defesa do nome “O cantinho do Artista” para honrar os dotes da quase (eu sou o quase!) totalidade dos seus membros, vingaram os Canónigos.
O Baptismo foi buscar inspiração literalmente à taça de salada e achámos também que seria um nome que poderia ser confundido com Canónicos… Para desolação do P. Carlos, a sua sugestão foi considerada muito Parque Mayer, facto que ainda lamenta hoje….
Os anos do Padre Carlos ainda produziram outro momento memorável da nossa história e que foi uma representação que teve lugar no CUPAV de uma espécie do Concurso “O Elo mais Fraco” em que os concorrentes eramos nós mascarados de Bichos. A Susana que estava grávida da Maria e era convenientemente uma Tartaruga, o Luís ía a rigor de Morcego, recordo-me de haver máscaras de cartolina de jacarés mas já não sei nomear todos os “concorrentes”, até porque a Paula Abreu escolheu como Bióloga que se preze um animal estranhíssimo com características muito particulares. Eu era a Apresentadora mazona que “dispensava” os Bichos, depois de fazer-lhes várias perguntas quanto às suas características, o que nos obrigou a alguma pesquisa para não ficarmos mal vistos pelo Expert…
Neste ano ficámos com a oganização da Via Sacra da CVX Regional na Igreja do Colégio de S. João de Brito, garantimos os cânticos com as vozes celestiais dos nossos artistas e durante as meditações projectamos fotos alusivas aos textos.
Já não esteve presente o Alexandre e creio que foi o ano em que quer a Paula Abreu, quer a Joana Correia entraram embora em momentos diferentes. A Joana esteve já presente nos Reis e só me recordo da Paula, nos anos do Padre Carlos.
Ano 2003/2004
Animador: Mariana
Jantar de Reis: Casa de S. Pedro da Rita e Zé Maria/Presépio Vivo
Neste ano os nossos TPCs andaram muito de mão dada com os tempos da Igreja e muito centrados na pessoa de Jesus, os seus ensinamentos, valores propostas e a nossa resposta ao seu chamamento.
O desafio concreto voltou a ser proposto por diversas vezes, por exemplo, a propósito de quem é Jesus para nós, fomos desafiados a apresentá-lo a alguém no nosso trabalho e/ou dia-a-dia
Neste ano contávamos já com a presença da Rita (do Luís). Foi também o ano da entrada da Rita Raimundo e também da Joana e do Pedro.
Ano 2004/2005
Animador: Mariana
Jantar de Reis: Casa Mariana /O que cada um levaria ao Presépio para adorar o Menino
Neste ano a caminhada passou por rever conceitos cristãos como a Esperança, a Fé, e a Caridade, a Alegria e a Paz, a Pobreza, o Jejum, a Esmola e a Oração, sempre na perpectiva dos critérios de Jesus e muito em confronto com os critérios do Mundo.
Procurou-se em particular concretizá-los no nosso dia-a-dia para os tornar menos “inalcançáveis”: por exemplo, a propósito do Jejum, ficámos de revistar e exercitar outras formas possíveis de jejum, ou a propósito da Paz procurar gestos de paz concretos, como fazer as pazes com alguem (perdoando ou pedindo perdão), procurar o sacramento da Reconciliação, etc.
Neste ano celebrámos na Capela do CUPAV a primeira Comunhão da Rita Nascimento.
Ano 2005/2006
Animador: Luís Santos
Jantar de Reis: Casa da Cruz Quebrada Rita e Luís/Campanha Eleitoral
A Democracia chegou à nossa CVX e foi a primeira vez que fomos a votos: o Luís foi o primeiro animador eleito por sufrágio!
Os Gomes Lopes estiveram em Missão em África (Fonte Boa) durante todo o ano de 2005 através dos Leigos para o Desenvolvimento, mas presenteavam-nos com a partilha dos seus diários. E estavam sempre presentes nas nossas orações iniciais.
Estive maioritáriamente ausente até ao Natal o que coincidiu com o início do Mestrado. Ainda fui ao Jantar de Reis mas de seguida meti Sabática. A temática foi a Campanha Eleitoral. Em maré de campanha política e de eleições presidenciais fomos designers de comunicação e de marketing de um candidato. O objectivo era criar o cartaz de campanha do “candidato” (imagem e slogan) bem como o manifesto (as prioridades a ter em conta na governação). Revelaram-se talentos!
A quaresma foi vivida mais intensamente com a ida em comunidade ao ensaio geral na Gulbenkian de “A Paixão Segundo S. Mateus” de Bach no dia 5 de Abril (as “borlas” do Jaime)! O nosso cantor também nos presenteou com a cópia do libreto que serviu de matéria de oração durante a época Pascal.
Convidaram-me para o dia de Avaliação em Sintra na Casa dos Avós da Leonor, e penso que foi o primeiro ano em que a Avaliação passou a ser um momento de convivío alargado e uma “Assembleia Extraordinária”.
Ano 2006/2007
Animador: Luís Santos
Jantar de Reis: Animação do Jantar de Reis da CVX Regional no colégio S. João de Brito com o tema “Presépio Oculto”.
O Luís Santos criou o logo dos Canónigos e assim passámos a ter a nossa “imagem de marca”.
Em Janeiro saímos da “clandestinidade”. Obtivemos o reconhecimento dos Canónigos como grupo CVX através da CVX Portugal e Regional. Em Junho fomos convidados para nos darmos a conhecer escrevendo a nossa história no CAS (Céu é a Sul).
Como TPC’s do ano, e como o grupo sentiu que era importante voltar a “mergulhar nos Exercícios Espirituais, começámos o ano a rezar o Princípio e Fundamento, 1.ª e 2.ª semana dos EE.
Avaliação: Canas de Senhorim/Casa dos pais da Joana Correia
Continuei em Regime Sabático.
Ano 2007/2008
Animador: Joana Correia
Jantar de Reis: Casa Lumiar Viriatos/O Diário de um dos elementos do Presépio
Avaliação: Sintra/Casa da Tia do Paulo
A “Tarefa Especial Reis 2008” consistiu na escolha de uma personagem ou elemento do Presépio (do género dos elementos escolhidos para o Natal das CVX no ano anterior) e redacção de um diário que foi partilhado no jantar.
Como TPC’s continuámos a seguir os Exercícios Espirituais: Duas Bandeiras, Três Binários e 3.ª semana.
Fomos nesse ano ao almoço da CVX Regional em Colares e rumámos depois para um fim de tarde no jardim.
Ano 2008/2009
Animador: Susana Arrais
Jantar de Reis: Casa Lumiar Viriatos/O Diário de um dos elementos do Presépio
Avaliação: Casa da Parede da Susana e Miguel
Neste ano os nossos TPC’s continuaram com os EE, a rezar a 4.ª semana. Com a entrada do novo animador Zé Maria o tema rezado foi aprender a rezar com os Santos.
Houve nova mudança nos elementos da comunidade. Saíram a Joana Montez, o Pedro, a Leonor e o Jaime e entraram a Vera e o Luís Fontes.
Os Canónigos passaram a existir no mundo cibernautico. Em Maio de 2009 o Luís Fontes criou o blog http://canonigos.forestbest.com/. Foi mais instrumento de partilha entre nós.
A CVX Regional pediu-nos para criarmos e desenvolvermos a ideia dos cheques EE. Apesar de termos realizado esse trabalho ainda não foi posto em prática.
Ano 2009/2010
Animador: Zé Maria
Jantar de Reis: Casa Mariana /“ Os Bichos e/no Presépio”
Os TPC’s continuam com o tema aprender a rezar com os Santos, e vamos começar agora a rezar os Santos (descobrir a sua vida e história de modo a serem exemplo e inspiração para a nossa vida).
Em Outubro de 2009 a Vera e o Luís rumaram até Hobart na Austália e estiveram ausentes durante alguns meses. A ausência foi só física porque foram rezando connosco e partilhando os TPC’s via email.
Foi criado pelos Jesuítas o projecto www.passo-a-rezar.net e os Canónigos Luís Santos, Rita Nascimento e Susana são 3 das vozes do site de oração.
…(to be continued)